O azar do Mestre Cuca
Base Naval de Natal, ano 1981. Os licenciados daquela tarde
de uma sexta feira lotavam a Sala de Estado e com certa ordem se dirigiam ao Cabo
de Dia para serem anotados no livro de licenciamentos. O oficial de serviço,
sentado frente ao birô, observa calado o pequeno murmúrio dos marinheiros,
todos prevendo um gordo fim de semana em seus destinos. O oficial avisa para o Contramestre
que “dentro de cinco minutos
ia liberar o pessoal”. Nesse instante um
jipe pára de chofre frente ao prédio e desce apressado o tenente Ferreira
portando uma pasta tipo 007 na mão, fala qualquer coisa com o Tenente Wilson, o
Oficial de serviço, e deixa a maletinha preta ao pé do Birô. Despede-se do
outro e retorna a passos largos ao jipe que larga acelerado. Uns retardatários vão chegando procurando o
Cabo de Dia, dentre eles o Mestre Cuca portando uma maletinha 007 que a deixa também
no pé do birô indo direto ao homem de serviço. Licenciados Formar!- diz
o Contramestre para a turma já
perfilada como de praxe. O Tenente muito legal deu uma olhada amistosa na
formatura, dispensou a revista de malas e sacolas e liberou a galera. O
retardatário da 007, aliviado, deixa a formatura , passa pelo birô e pega a
maleta preta saindo rápido da sala de Estado e subindo a ladeira e parte célere ao bairro do Alecrim . Dizia pra
si:- o tenente é mesmo um boa praça, não fez a inspeção nas malas. Tanto
melhor... Cinco minutos depois, o Portaló
(Sala de Estado) estava limpo, vazio
restando apenas o pessoal de serviço: Ronda, Cabo de Dia, o Contramestre e o Oficial
de serviço. O tenente oficial de Serviço bem relaxado na cadeira giratória pega
na alça da 007 deixada pelo tenente Ferreira e põe sobre as pernas e diz: - o
que é que o Ferreira tem aqui dentro que pesa tanto
No Alecrim o
Mestre Cuca se embrenha numa Vila de marinheiros pra botar o Paisano,
já cercado por dois colegas que perguntaram:- Então deu tudo certo? Responde –
Sim, o homem nem inspecionou as Gateiras.
Na Sala de
Estado o Tenente curioso diz pra si: engraçado a maleta do Ferreira está fria,
chega a estar suada.
No Alecrim, o
mestre Cuca e seus campanhas, já com uma garrafa de cerveja na mão, põem a 007
sobre uma mesa e ao abri-la sente um terrível calafrio fluir da sua nuca até a
base do Cox.
Na Sala de
Estado, o Tenente curiosamente abre
a 007 do colega.
No Alecrim, o
Mestre Cuca, trêmulo abre a 007 e vê
em meio a Planos de Dia, duas impecáveis platinas de Primeiro Tenente QC e os
três uníssonos esbravejaram: Naaaaaaaaaaaaaaão!!!
Na sala de
Estado o dono da maleta chega e se espanta com aqueles trinta Bifes bem temperados arrumadinhos dentro da
sua da 007. O Tenente de Serviço, irônico diz: - certamente houve uma troca de maleta.
Isso me faz lembrar um caso ocorrido quando eu era aprendiz na EAMES em Vila Velha, pelos idos de 1967. O cabo cuca, um cara legal as vezes até deixava a gente repeti a bóia. Ele tinha uma lambretinha e sempre levava um gatinho sobre o banco da magrela. Numa sexta feira estávamos formados na Sala de Estado aquardando a hora da bandeira quando vem o cabo com sua lambretinha e como sempre fazia, parava em frente à Sala de Estado dava continência para o Sg. de serviço e a bandeira era liberado e lá se ia pra sua casa há uns Km dali. Só que nesse dia o Of. de serviço tava presente e pediu pro cabo levantar o banco da magrela. Que vexame. O cabo ficou sem o rango do fds e ainda foi pro livro de castigo e recolhido ao alojamento.
ResponderExcluirIsso me faz lembrar um caso ocorrido quando eu era aprendiz na EAMES em Vila Velha, pelos idos de 1967. O cabo cuca, um cara legal as vezes até deixava a gente repeti a bóia. Ele tinha uma lambretinha e sempre levava um gatinho sobre o banco da magrela. Numa sexta feira estávamos formados na Sala de Estado aquardando a hora da bandeira quando vem o cabo com sua lambretinha e como sempre fazia, parava em frente à Sala de Estado dava continência para o Sg. de serviço e a bandeira era liberado e lá se ia pra sua casa há uns Km dali. Só que nesse dia o Of. de serviço tava presente e pediu pro cabo levantar o banco da magrela. Que vexame. O cabo ficou sem o rango do fds e ainda foi pro livro de castigo e recolhido ao alojamento.
ResponderExcluirIsso me faz lembrar um caso ocorrido quando eu era aprendiz na EAMES em Vila Velha, pelos idos de 1967. O cabo cuca, um cara legal as vezes até deixava a gente repeti a bóia. Ele tinha uma lambretinha e sempre levava um gatinho sobre o banco da magrela. Numa sexta feira estávamos formados na Sala de Estado aquardando a hora da bandeira quando vem o cabo com sua lambretinha e como sempre fazia, parava em frente à Sala de Estado dava continência para o Sg. de serviço e a bandeira era liberado e lá se ia pra sua casa há uns Km dali. Só que nesse dia o Of. de serviço tava presente e pediu pro cabo levantar o banco da magrela. Que vexame. O cabo ficou sem o rango do fds e ainda foi pro livro de castigo e recolhido ao alojamento.
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