Os Navios da Marinha de
Guerra do Brasil, sempre foram ao longo dos tempos alvos de curiosidades da comunidade
civil. Como seria lá dentro? Cozinha, alojamentos, banheiros, etc. Na
realidade o navio em atividade é uma casa ambulante onde existe tudo que nós
desfrutamos em terra. Se um barco estiver no meio do oceano, funciona ali a cozinha,
os quartos de dormir, banheiros, sala de televisão e outras comodidades que a
vida em terra oferece. A Marinha sabia disso e, facilitava aos curiosos,
visitação pública em dias especiais na Base Naval de Natal, como arribada nos
portos e datas festivas: 11 de Junho, Batalha Naval de Riachuelo e 13 de
Dezembro, Dia do Marinheiro.
No início da década de 60 passei a conviver
com os navios da área do 3º Distrito Naval em Natal. Eram navios de pequenos e
médios portes tais como: Navios Faroleiros navios patrulha e as muito
conhecidas Corvetas. Esse tipo de navio, já de porte médio, tinha uma guarnição
de 60 homens. Na época tínhamos quatro corvetas acantonadas na Base Naval de
Natal compondo a Força Patrulha Costeira do Nordeste, (Forpacone): CV Caboclo
V19, CV Forte de Coimbra V18, CV Ipiranga V17 e CV Purus V23. Esses navios
aplicavam uma política muito salutar com as praças mais graduadas. Era
facilitado ao Sargento ou Cabo quando de serviço nos finais de semana, trazer a
família: esposa ou namorada para almoçar a bordo. Essa forma democrática de
relacionamento tinha um cunho social de interação de o familiar conhecer o
ambiente de trabalho do namorado ou marido a bordo de um navio que para um
civil era um momento privilegiado.
Eu na época, CABO-MO, presenciei um fato
curioso num desses finais de semana. O
cabo eletricista Osmar, muito paquerador, prometia um dia levar a esposa para
almoçar a bordo, (CV Forte Coimbra-V-18), mas sempre inventava uma desculpa
ficando para outra oportunidade. O sonho de Amélia era conhecer e entrar no
navio do maridão. Para se entrar na Base, a visita se apresentava no portão
principal e falar com o sargento da guarda. O mais antigo escalava um marujo para guiar a
visita até o navio. O cais ficava a uma distância razoável e demandava certo
tempo o marinheiro deixar uma pessoa Lá embaixo e retornar ao portão.
Em uma tarde de domingo, Amélia
pega o fusquinha e resolve fazer uma
surpresa ao marido. No portão da base naval ela fala com o sargento da guarda
que pretendia visitar a Corveta Forte de Coimbra. Naquele momento um auxiliar
da guarda tinha descido a ladeira conduzindo um visitante. Uma jovem muito
bonitinha se aproxima e fala para o chefe da guarda: - Sargento, eu conheço bem
o caminho e coincidentemente estou indo para a Corveta e se a senhora me der
uma carona... Tudo resolvido as mulheres descem a ladeira num papo muito
amistoso. – “Então, ainda não conhece o navio?” Amélia, mais contida dizia, -
estou fazendo meu debut aqui na base hoje. - Ah, o que é que o teu marido faz a
bordo pergunta à jovem? – Eletricista, diz Amélia! – O meu marido também,
responde a outra. O carro estaciona no
cais elas caminham para o navio. – Amélia curiosa indaga:- como se chama mesmo
o teu marido? Osmar, muito fofo! Pera aí, o meu também se chama Osmar! A coisa
degringolou, e o cabo Osmar ao ver as duas encrencas juntas teve uma Crise de
Camaleão, isto é, mudou de cor varias vezes e desabou como um fardo no convés.
Desolada Amélia esperou o Garanhão acordar e disse entre dentes:- em casa a
gente conversa!
Conheci o tal com outro nome! kkkkk
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